sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Técnica de Lavagem das Mãos

A lavagem das mãos é, sem dúvida, a rotina mais simples, mais eficaz, e de maior importância na prevenção e controle da disseminação de infecções, devendo ser praticada por toda equipe, sempre ao iniciar e ao término de uma tarefa.

Quando lavar as mãos?
- No início e no fim do turno de trabalho.
- Antes de preparar medicação.
- Antes e após o uso de luvas.
- De utilizar o banheiro.
- Antes e depois de contato com pacientes.
- Depois de manusear material contaminado, mesmo quando as luvas tenham sido usadas.
- Antes e depois de manusear catéteres vasculares, sonda vesical, tubo orotraqueal e outros dispositivos
- Após o contato direto com secreções e matéria orgânica.
- Após o contato com superfícies e artigos contaminados.
- Entre os diversos procedimentos realizados no mesmo paciente.
- Quando as mãos forem contaminadas, em caso de acidente.
- Após coçar ou assoar nariz, pentear os cabelos, cobrir a boca para espirrar, manusear dinheiro
- Antes de comer, beber, manusear alimentos e fumar.
- Após manusear quaisquer resíduos.
- Ao término de cada tarefa.
- Ao término da jornada de trabalho.

Técnica de lavagem das mãos:
1. Retirar anéis, pulseiras e relógio.
2. Abrir a torneira e molhar as mãos sem encostar na pia.
3. Colocar nas mãos aproximadamente 3 a 5 ml de sabão. O sabão deve ser, de preferência, líquido e hipoalergênico.
4. Ensaboar as mãos friccionando-as por aproximadamente 15 segundos.
5. Friccionar a palma, o dorso das mãos com movimentos circulares, espaços interdigitais, articulações, polegar e extremidades dos dedos (o uso de escovas deverá ser feito com atenção).
6. Os antebraços devem ser lavados cuidadosamente, também por 15 segundos.
7. Enxaguar as mãos e antebraços em água corrente abundante, retirando totalmente o resíduo do sabão.
8. Enxugar as mãos com papel toalha.
9. Fechar a torneira acionando o pedal, com o cotovelo ou utilizar o papel toalha; ou ainda, sem nenhum toque, se a torneira for fotoelétrica. Nunca use as mãos.
Proteja-se:
- Lave corretamente as mãos;
- Utilize corretamente os equipamentos de proteção individual - EPI.
Lembretes técnicos:
- O uso de luvas não exclui a lavagem das mãos.
- Manter líquidos anti-sépticos para uso, caso não exista lavatório no local.
- Tem-se comprovado que a contagem de microrganismos sob as unhas e quando se está usando anéis, relógios e pulseiras é mais alta.
- Mantenha as unhas tão curtas quanto possível, e remova todas as jóias antes da lavagem das mãos.
- Realize o mesmo procedimento a cada paciente ou ensaio.
- A lavagem das mãos deve ser feita em uma pia distinta daquela usada para a lavagem do instrumental, vidrarias ou materiais de laboratório.
- Deve-se evitar lesionar as mãos. Caso as luvas sejam rasgadas ou puncionadas durante quaisquer procedimento, elas devem ser removidas imediatamente, e as mãos devem ser lavadas cuidadosamente.
- Profissionais com lesões nas mãos ou dermatites devem abster-se, até o desaparecimento dessas lesões, de cuidar de pacientes e de manipular instrumentos, aparelhos ou quaisquer materiais potencialmente contaminados.

No caso de dúvida "LAVE SUAS MÃOS"

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Bipolaridade: doença da moda?



Bipolaridade: doença da moda?Nos anos 80 tivemos os “ataques de pânico”, na década de 90 “depressão”, seguida de “desatenção e hiperatividade”. Estaríamos entrando agora na era da “bipolaridade”?

Bem... Acerca deste modismo, diríamos que a relação entre quadros de depressão e euforia, as chamadas manias, alternando na mesma pessoa é reconhecida há 2000 anos e se confunde com as origens da medicina moderna ou Hipocrática. Chamado de PMD - ou psicose-maníaco-depressiva - até o início da década de 1980, esse transtorno do humor é chamado de transtorno Bipolar.

A bipolaridade na realidade é a outra depressão. Apesar de necessitar da ocorrência de fases de elevação do humor para o diagnóstico, quando as pessoas tornam-se energéticas, falantes, dormem menos, envolvem-se em múltiplas atividades, têm a mente a fervilhar de idéias e podem criar problemas pelos seus excessos inapropriados com gastos e no relacionamento inter-pessoal, é na depressão que o paciente passa o maior tempo e experimenta a sensação mais terrível do sofrimento imposto pela enfermidade. Ela é quase sempre indistinguível da depressão comum, chamada unipolar.

A enfermidade possui enorme componente biológico com participação genética na casa dos 60%. Isso nos leva a reconhecer sua presença em vários membros de uma mesma família.

As variações temperamentais das pessoas chamadas “difíceis” ou “geniosas” ocorrem em diferentes graus de intensidade. Passam de oscilações de humor a obsessões, compulsões, pânico e transtornos alimentares como bulimia e comer compulsivamente. A identificação correta desde verdadeiro camaleão bipolar é de suma importância para seu correto tratamento e alívio do enorme sofrimento que causa aos pacientes e seus familiares.

No extremo de maior gravidade, temos as excitações maníacas, eufóricas, delírios de grandeza, perda do vínculo com a realidade, prolongadas depressões com ideação suicida. Nestes casos, há a necessidade de internação.

Que não se iludam com alguma possível benignidade desta enfermidade em suas formas mais leves de apresentação. A neurociência moderna é capaz de mostrar os efeitos dentro das células, em nosso DNA, do estresse promovido pela doença. Esses efeitos negativos facilitam o aparecimento de moléstias como diabetes tipo II, doença coronariana, hipertensão arterial, alguns cânceres e outras mais. Isso leva a grande maioria dos bipolares não tratados a viver muitos anos a menos do que a população em geral.

O suicídio é a face mais terrível do problema, infelizmente considerado um modismo por muito. Em toda a vida, 70% dos doentes tentam se matar e, infelizmente, alguns estudos mostram que 20% conseguem terminar com suas vidas.

Nem tudo é apenas má notícia na bipolaridade.Temos hoje tratamentos eficazes que vão de medicamentos, formas específicas de terapia a modificações de hábito e estilo de vida. Está cientificamente provado que o tratamento evita muitos dos terríveis destinos mencionados acima.

Quando estabilizados, os temperamentos ligados à bipolaridade tendem a produzir pessoas energéticas, mais criativas que a média, e que podem extrair muito da vida. Portanto, o desafio é reconhecer precocemente os afetados, tratar e impedir os danos e diminuir o enorme custo pessoal e social desta enfermidade.