segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A administração correta,  segura e precisa de medicamentos é uma das mais importantes responsabilidades do profissional de enfermagem. O profissional deve conhecer os efeitos e possiveis reações adversas de uma droga, a administração correta (via de adminsitração, diluição, tempo de infusão), pela monitorização da resposta do paciente e pelo auxílio e orientação ao cliente na auto-administração correta.
A capacidade de administrar medicamentos é uma das habilidades mais importantes que o profissional da enfermagem assume dentre as suas tarefas junto ao cliente. O conhecimento aprofundado sobre fármacos e a administração segura e efetiva dos mesmos é considerada por muitos profissionais da enfermagem como a razão de seu sucesso.
A organização das rotinas de administração de medicamentos é importante e deve ser compreendida e seguida rigorosamente por todos os que participam do serviço. Assim, vários métodos são adotados para assegurar precisão na preparação, distribuição e anotação dos medicamentos. É claro que para oferecer medicamentos com exatidão requer muito conhecimento técnico, habilidade, dedicação, atenção e constante processo de reciclagem.
Quando se fala em administração de medicamentos a equipe responsável por esse procedimento tem que ser treinada e sempre observar o que se denomina de cinco certos para que sejam evitados erros na administração.
Os cinco passos certos para administração medicamentosa são:
1. Medicamento certo
2. Dose certa
3. Via certa
4. Horário certo
5. Paciente certo

Du gás (1988) afirma que para completar a administração de muitas medicações, é necessário proporcionar medidas de assistência de enfermagem capazes de suplementar a ação da medicação.
O mesmo autor enfatiza que as reações das pessoas às diferentes medicações variam. A reação do paciente a qualquer medicação é importante e deve ser observada e assistida com toda a atenção.
O registro de qualquer reação anormal ao medicamento deve ser anotado do prontuário. O profissional deve julgar a eficácia do fármaco como o alivio da dor, redução da febre, diminuição do edema, mudança no aspecto da urina. Para isso o profissional deve ter conhecimento sobre a farmacologia e sobre fisiologia.
É importante atentar que às vezes os pacientes apresentam reações colaterais, como conseqüência de uma medicação (coceiras, diarréia, dor, náuseas, vômitos, por exemplo). 

COREN SÃO PAULO PERDE IMPORTANTE OPORTUNIDADE PARA DESENCADEAR UM DEBATE POLÍTICO SOBRE TEMAS IMPORTANTES PARA A ENFERMAGEM NACIONAL

Com o desastroso acontecimento da morte da menina Stefanie Teixeira, o COREN SP, demonstrou grande habilidade jurídica, aproveitando todas as oportunidades midiáticas que apareceram, para esbanjar os conhecimentos jurídicos possíveis, pra corroborar com a acusação da técnica de enfermagem.

Não que a profissional não deva responder. Muito pelo contrário! A justiça está fazendo seu papel, e a profissional, com qualquer cidadão que não querendo, mas ocasionando a morte de alguém, vai responder por homicídio culposo. Cabe a justiça, primordialmente, esse papel.

Do COREN SP, além da apuração ética e punição cabíveis, cabia, ao meu ver, uma inteligente abordagem para aproveitar o lastimável acontecimento para mirar em questões que fundamentalmente, estão relacionadas com o fato.

Hoje pela manhã, no Bom Dia Brasil, a reportagem apresentou a entrevista da profissional, e mais uma vez foi dada abertura pra fala do conselho, que se limitou novamente ao veredicto óbvio: ela é culpada, ela deveria e tinha a obrigação de ter lido o rótulo...

Em nenhum momento tivemos a alegria (diante da lástima do luta pela morte da pequena inocente) de presenciar um posicionamento do COREN SP, de forma mais política aproveitando a oportunidade para discutir questões importantíssimas e que certamente tem correlações com outros fatores.

Cadê a discussão sobre a sobrecarga de trabalho dos profissionais da enfermagem?

Cadê a discussão sobre os baixísimos salários pagos aos profissionais, que faz com que os mesmos tenham que ter dois, três e até quatro vínculos, para poderem sustentar suas famílias, passando noites e dias sem dormir e descansar?

Cadê a discussão sobre a precária formação profissional dos trabalhadores, que formados por capitalistas irresponsáveis em instituições privadas, que formam de qualquer forma, sem qualidade visando apenas o lucro?

É lastimável ver a dor do luto da mãe da criança. Saber que uma criança inocente morreu. Ver a vida de uma profissional ser arruinada depois de um erro fatal. Mas mais lastimável ainda é perceber a falta de habilidade e a falta de visão política dos nossos representantes nesses momentos.

Com dois projetos importantíssimos tramitando no Congresso (um que define a carga horária semanal de trabalho e outro que define o piso salarial) com toda a mídia nesse momento dando abertura pra entidade falar, cabia aos representantes petiscarem os assuntos!

Mais uma vez perdemos oportunidades. A mídia se esbalda com dados fornecidos pelo COREN SP sobre os crescentes erros dos profissionais de enfermagem, e nossos representantes perdem oportunidades de ouro de salientarem nossa importância pra constituição da estrutura da saúde nacional. Sem puxar os debates que dizem respeito aos fatores que interferem na adequada prestação dos nossos serviços. Sem falar da desvalorização de uma categoria fundamental, que passa 24 horas do lado do leito dos hospitais.

Falar de falhas é fácil. Falar de desleixo é fácil. Falar de desqualificação é fácil. Difícil é avançar na discussão e esmiuçar causas subjacentes de todos esses fatores. De instituições que dispostas a pagar salários miseráveis, não fazem a menor seleção de profissionais para admissão (porque os melhores não se submeterão aos salários de fome que são pagos pelos que tratam a saúde como negócio e tratam trabalhadores como escravos e vêem a enfermagem como mão de obra desqualificada).

A coragem de tratar desses assuntos, a todo momento, mesmo em situações trágicas e momentos muito difíceis pra enfermagem, é uma obrigação das nossas entidades!

É claro que é papel do Conselho, executar seu papel fiscalizador do exercício profissional, em prol da garantia da assistência de qualidade e livre de danos ao cliente, assim como também é um instrumento social de garantia ao usuário de uma assistência prestada por trabalhadores aptos e com condições de exercer sua profissão, com toda carga de responsabilidade que assumimos quando nos diplomamos.

Porém o que salientamos é que cada vez mais, apenas o papel punitivo do conselho fica evidenciado. E pros profissionais, isso é claro e notório. É fiscalizar o profissional, punir o profissional e jamais contextualizar as punições. Ver as condições do trabalho e se aliar, unir e lutar pela garantia de vitórias que tragam também repercussões positivas para a categoria.

Agora vergonha é ver a reportagem da rede globo afirmar: "os especialistas afirmam que esse problema pode ter como causa uma mistura muito perigosa: sobrecarga de trabalho, baixa qualificação e salários precário".

É uma vergonha que pessoas de fora da área façam leituras tão coerentes e lógicas, mas que nossas entidades não sejam as fomentadoras dessa conclusão e dessa discussão, e que estas pessoas sejam consideradas especialistas, ou seja conhecedoras máximas da área e que os nossos representantes estejam na posição apenas de algozes ou justiceiros implacáveis.